segunda-feira, 19 de abril de 2010

O HD DO CORAÇÃO


No mundo da tecnologia, usa-se uma espécie de disco rígido (mais conhecido como HD) para guardar arquivos e dados. Literalmente, posso guardar minha vida toda em um pen drive e se o mesmo for de 8 GB, até o mundo. Fugindo da tecnologia, sempre me perguntei se as pessoas têm um certo tipo de HD que, na minha hipótese, seria no coração. Se você soubesse dessa tal existência, cuidaria do seu disco rígido? Abriria o seu gabinete e tiraria o pó das peças? Já pensou em deletar todas as pessoas e sentimentos ruins de dentro de você? Só fazendo apologia à utopia mesmo...Entretanto, uma coisa sabemos: pessoas passam a habitar no nosso interior durante nossas vidas, compartilhando momentos bons ou não. Se existisse mesmo, valeria a pena deletar as pessoas que mesmo te fazendo sofrer, lhe trouxeram experiência e ensinamento? Momentos que te fizeram crescer? Uma vez salvo no desktop do coração, nada pode ser apagado, mas arrumado. Que tal arrumar os arquivos em ordem alfabética? Em pastas? Um photoshop pra botar mais brilho e saturação nas lembranças? Um MSN pra falar com as pessoas que já se foram e os amigos que não aparecem há séculos? Vale até colocar um papel de parede de quem se ama na área de trabalho. Não importa qual seja o tamanho do seu HD, ele sempre estará apto para aceitar arquivos novos, mesmo que existam vírus ou arquivos velhos que não te deixam seguir... Portanto, procure sempre dar prioridade aos bons e salvar a felicidade nos “Meus Documentos”. Faça o download de amigos novos, grave suas lembraças no YouTube. Abuse. Abra seu HD. Deixe que pessoas novas, mesmo não podendo apagar, possam amenizar os arquivos corrompidos e fazer do seu HD do coração um lugar melhor. Enquanto vivo, espero um dia achar a tecla DELETE ou até alguém que formate meu coração. Já que não há, basta esquecer, esquecer, esquecer...

domingo, 18 de abril de 2010

PALAVRAS AO VENTO


Um dia normal, sem nenhuma novidade e uma ideia na cabeça. Escrever. Mas sobre o quê? Escrever por escrever? Deixar palavras soltas no papel sem nenhum sentido? Não. Palavras são desperdiçadas a todo o tempo, pessoas falam, escrevem, digitam, com uma naturalidade e falta de atenção surpreendente. Se todas as pessoas dessem a devida atenção a cada palavra, muitas coisas mudariam. Talvez de forma satisfatória para muitas delas. Coloquemo-nos em uma situação de conflito, uma briga de casal ou em família. O homem diz que não quer mais a esposa e ela revida dizendo o mesmo. O pai diz que o filho está morto para ele e vice versa. Nesse momento, a mente dessas pessoas é inundada por essas palavras e uma carga de sentimentos ruins é jogada em seus sangues. Por que dizer tantas palavras agressivas e sem nenhum fundamento? É claro que nada disso faz sentido, mas as pessoas insistem em errar e agredir. Na maioria das vezes, os agredidos são os mais prezados. E se essas palavras não fossem ditas? Pelo simples fato de elas realmente não terem a mínima razão para estarem alí. Quantos relacionamentos seriam salvos, não? Talvez o orgulho nem existisse. Mas é só mais uma de minhas utopias. As pessoas sempre usaram e sempre usarão as palavras de forma errônea. É algo inevitável, quase tanto quanto dormir, comer ou coisas do tipo. Com certeza não deveríamos ser considerados a raça mais inteligente, pois está na cara que não somos. Veja os animais, não discutem por besteiras, nem sabem o que são palavras. Pinguins ficam com o mesmo companheiro por toda vida, como podemos ser mais inteligentes que seres tão amáveis? Espertos são eles, que sabem valorizar o amor. Não o jogam fora através de pequenas junções de letras. Enfim, acredito que esse texto não mudará suas atitudes, tampouco lhe fará pensar antes de falar. Não o culpo, está na nossa essência. Até alguém, como eu, que se atreve a escrever, joga palavras ao vento...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O PODER DAS NOSSAS ATITUDES

Resolvi escrever sobre esse tema porque, durante um determinado tempo, observei o poder que as nossas atitudes e até as dos outros têm a influenciar a direção e caminho das nossas vidas.
De fato, muitas pessoas não acreditam em destino e há outras que ao acreditarem que nada é por acaso, deixam suas vidas decorrerem sem nenhuma intervenção pessoal, o que pode ser bom ou ruim.
Como um que consegue aceitar bem os dois lados da moeda, fico em cima do muro (com um braço pra cada lado). Isso não significa que eu estou de um lado a cada dia, mas que eu acredito em um destino relacionado as nossas atitudes. Uma pessoa que age com atitudes incoerentes não merece um futuro digno, e não terá.
Não haveria coerência e muito menos explicação se o destino agisse por si próprio ou até mesmo através da sorte. Ele conspira de acordo com a intensidade das nossas atitudes. Contudo, podemos até jogar o jogo da vida, mas quem embaralha as cartas é o destino e não já intervenção pra isso. Portanto, quando for jogar truco ou buraco conte bem com o seu destino e em relação a sua vida, não espere que o mundo conspire ao seu favor, conspire ao dele.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

SAUDADE


Na falta do que fazer e na presença de muita coisa pra desabafar, resolvi escrever sobre SAUDADE: coisa que me matava e que eu estou matando agora. Sei que é subjetivo e impossível escrever com palavras o que é saudade. Pra tal subjetividade, na língua inglesa, a qual é a língua universal, não existe a palavra saudade no dicionário, nem substituição para tal. Para as pessoas expressarem esse sentimento, têm que usar a expressão "I miss you" que, fazendo uma analogia à saudade, é diferente e igual ao mesmo tempo.
Farei uma pequena comparação (sendo pequena não quer dizer que não seja complexa). Há uma teoria científica comprovada que defende o fato do Planeta Terra ser divido por placas tectônicas e, ao longo do tempo, as mesmas estarem se separando, logo, se distanciando. Colocando na vida real, a cada século pessoas que moram na África estão 3 centímteros mais distantes de pessoas que moram na Améria. Acho que essa separação também se dá no dia a dia das pessoas, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Hoje em dia, na maioria dos casos, não existe amizade espontânea, digamos, amizade. É uma espécie de mutualismo onde os amigos sugam previlégios sociais e financeiros dos outros e se os mesmos forem populares, melhor ainda. Pessoas feias e estranhas, porém legais e divertidas não são boas para a formação de uma amizade. Portanto, se você é assim, trate de comprar uma blusa da Billabong, ter mais de 50.000 amigos no Orkut e principalmente se fazer de uma pessoa que você não é, com objetivo de ser aceito na sociedade, a qual deveria ser aceita por você.
O tema anterior era saudade e já estou falando de amizade. Os dois são muito presentes na minha vida, ainda mais quando se adciona distância. Como um bom sonhador, sonho que o mundo volte a ser uma Pangeia, onde não haverá distância alguma entre as pessoas. Mas também acho que a saudade é uma nessecidade boa, que nos faz lembrar das pessoas que amamos. Finalizando, acho que a única coisa mais importante do que tudo isso é estar perto mesmo longe, porque algumas pessoas conseguem estar perto e longe ao mesmo tempo. Espero que as minhas despedidas sejam, a partir de hoje, eternos reencontros que talvez serão feitos na Pangeia dos meus sonhos. Ou não.

segunda-feira, 8 de março de 2010

VIVER OU APENAS EXISTIR?

Eu sempre me questionei se, em determinado momento, eu estava vivendo ou existindo. Hoje, com meus poucos 17 anos, porém muito bem vividos, não consigo criar nenhum antagonismo entre existir e viver. Mas sei que são bem diferentes. Todavia, o fato de saber que são diferentes não me implica a entendê-los. E agora? Estou vivendo ou existindo? Realmente não sei. Lembro-me como se fosse ontem, ou até como se fosse há minutos, segundos atrás. Lembro-me como se fosse agora. Meu pai me chamara pra subir a Pedra do Sino e, mesmo sabendo que era o ponto culminante do estado do Rio de Janeiro e sendo eu um menino curioso (até demais), aceitei. Aceitei também com a intenção de nos aproximarmos um pouco mais. Súbito, joguei minhas roupas e meus acessórios na mochila e peguei meu casaco mais forte. Deixei a preguiça e fraqueza em casa. Juntei as forças, ânimo e fomos. Largara o mundo, e sabia que a partir daquele momento seria eu, meu pai e quilômetros de Mata Atlântica. Sentia-me bem e protegido, mesmo com os barulhos estranhos que vinham da mata. Juro que me sentia insatisfeito ao saber que oito quilômetros me separavam do percurso ao topo, porém a cada obstáculo que eu percorria, eu tirava um sorriso do bolso que com o reflexo do céu estrelado se fazia mais branco ainda, e esperava que meu pai concluisse: "Não estou tão feliz por estar aqui, mas estou feliz por estar contigo." Acho que ele conseguia decifrar e subestimar o meu sorriso, mas eu insistia. Insisti tanto que parei. Andar, andar, andar, andar.... Uma hora pra parada: hora de comer que por si, parecia mais sagrada do que a Ceia de Natal. Sentamos no gramado molhado de sereno sem pudor. Simplicidade é o que não faltava. Em meio a Mc Donald's, pão com salame e queijo e até pratos feitos, continuamos no mesmo hábito. Uma faca pra cada um, algumas maçãs e outras frutas. Saúde em simplicidade ou simplicidade em saúde? Te respondo em outro texto, talvez. Ah! Esqueci de constar no parágrafo de cima. Deixei a vergonha em casa também. Após horas de caminhada, chegamos ao tão desejado lugar: o topo. Nesse momento, estava no ponto mais alto do estado do Rio de Janeiro. Além das nuvens e das estrelas, não havia nada mais alto do que eu. Nunca me senti tão poderoso, e por alguns segundos, me dava vontade de ter asas e sair voando (utopia às vezes faz bem). Cinco da manhã. Frio. Muito frio. Eu e o meu pai nos sentamos ao lado de uma pedra e nos abraçamos no intuito de um aquecer o outro. Sentia-me abraçado pelo mundo e ao mesmo tempo sozinho nele. O que poderia me afetar? Acho que nada. Deitamos e focamos nossos olhos nas estrelas. Fizemos promessas, juramentos, pedidos, fomos pai e filho. Naquele momento o "verbo" existir literalmente não existia no meu vocabulário. Eu só queria viver, viver, viver...e vivia, vivia, vivia. Vivi intensamente o momento. O sol alaranjado nasceu dando o sinal que de deveríamos descer. Descer? Se pudesse ficava minha vida toda por lá. Lá eu só sabia viver, mais nada. Tirei foto da paisagem com os meus olhos, coloquei no porta-retrato da memória e fomos embora. Sete horas - chegamos. Mundo novo? Não. Mundo velho. Pernas cansadas, pés com bolhas, fôlego esgotado. Dever de casa, prova no dia seguinte, briga com a menina que você ama... Dá vontade de viver? Juro que não. Existo. O pior e engraçado é que quando você apenas existe, ou quer existir, você perde totalmente a vontade de viver, nada tem graça. Na vida é assim - você vive e existe a cada momento, ou até os dois ao mesmo tempo. É alto e baixo, quente e frio, preto e branco, direita e esquerda, são essas oscilações da vida que nos fazem viver ou simplesmente existir. Mesmo não conseguindo a todo tempo, prefiro viver. Pelo menos tento. E você? Vive por que existe ou existe por que vive? Acho que não basta existir, é preciso viver. E viver é muito mais...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O REAL SIGNIFICADO DAS ESTRELAS

Desde pequeno eu tinha a curiosidade de entender o real significado das estrelas. Realmente me encantava o fato de sequer um dia elas pararem de brilhar, mesmo sozinhas. Com tanta sede de entender alguma coisa, passei a admirá-las todas as noites. Eu me lembro como se fosse ontem. Tinha meus treze anos.Férias em Belo Horizonte. Meus avós, tios e primos na mesma casa, tudo completo e vazio ao mesmo tempo. Ao chegar à concepção de que eu ficaria trinta dias fora de casa, já sentia falta dos amigos e do meu dia a dia. Primeiro dia. Sol, pés descalços no chão quente da rua, barulho de buzina e pique esconde. Todo esse conjunto de coisas já me faziam esquecer o mundo que deixara. Aquele momento parecia a melhor coisa do mundo até que a minha mãe me chamasse pra almoçar. Abraço nos amigos, último chute na bola. Fazia cara emburrada por charme, porque tava morrendo de fome por dentro. Atravessamos a ponte e me dei conta de que eu havia esquecido de me despedir da menina dos sonhos de qualquer menino da praça. Então, pedi três minutos a minha mãe e fui correndo até lá. Mesmo sabendo que eu não tinha chance alguma, fiz a minha parte. Beijo na bochecha (não era o lugar desejado), abraço e enquanto olhava nos olhos dela, disse que voltaria à noite. Com um sorriso que ocupava a metade do meu rosto, pedi a ela que me esperasse. Pedido aceito. Sete minutos tinham se passado. Fui voltando pensativo.O que me importava não era o fato de eu ter extrapolado quatro minutos e consequentemente, a bronca da minha mãe. Era o fato da menina, que eu nem sabia o nome, ter aceitado me esperar por educação e não por vontade própria. Esse questionamento durou até que eu chegasse em casa. Nem precisava avisar que chegava, o barulho de porta emperrada já avisava por si próprio. Almoço devorado, barriga cheia. Já eram sete horas da noite e o céu começava a escurecer. Fui tomar banho. Usei a camisa mais bonita que eu tinha e roubei o perfume importado do meu primo. Saí do banho e, pela primeira vez no dia, fiquei confuso. As estrelas se mantinham presentes no céu, pedindo que eu as decifrassem. E a menina se mantinha presente no banco da praça (com vontade ou não) e é uma pena que eu não possa escrever aqui "pedindo que eu a beijasse". Fiquei na dúvida. Subestimei a menina e a mim mesmo e fiquei em casa. Era mais preferível observar as estrelas. Chamei meus primos e inclusive o meu avô para deitar no gramado gelado de sereno e observar o céu. Pedido aceito. Parecia que as estrelas através de seu brilho, sorriam por nós estarmos observando-as. E todos nós, por resposta espontânea, sorriamos também. Por pura curiosidade e por considerar o meu avô um herói, perguntei a ele o porquê das estrelas existirem já que não tinham nenhuma utilidade. Ele disse que também se perguntava. Por alguns segundos me senti incapaz, mas depois aceitei. Horas depois e as nuvens cobriram o céu estrelado. Fomos dormir. Essa prática de todas as noites observar as estrelas virou rotina pra todos nós. Nenhum dia sequer escapava. Novelas, dias de Big Brother, festas, compromissos eram trocados pelo simples fato de olhar pro céu. Último dia de férias. Última dia de felicidade. Uma das minhas primas, ao voltar de férias pra sua cidade, sofreu um acidente de carro e por fim, morreu. Acho que morreu uma parte de mim também. Silêncio na casa. Resolvi observar as estrelas. Por algum momento me senti perto da minha prima e dos meus amigos de Teresópolis. Eu via coisas que ,mesmo sozinhas e em meio à escuridão, conseguiam brilhar. Voltei pra casa sem muitas histórias pra contar e sem beijo da menina que eu sonhava. Mas uma coisa valeu a pena. Eu, de uma forma minha de entender as coisas, consegui decifrar o significado das estrelas. Elas conseguiam trazer as pessoas pelas quais eu sentia falta e ainda sinto. Conseguem fazer com que eu não me sinta sozinho. Uma coisa me confortava e me conforta até hoje: se eu chorar por qualquer coisa, ou até mesmo pela saudade, as lágrimas poderão me impedir de ver as estrelas...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A SIMPLICIDADE É INVISÍVEL AOS OLHOS



Já era mais ou menos uma hora da tarde. Eu, como sempre, dava graças a Deus por mais um dia de sexto tempo e aula à tarde ter acabado. Por mais que a vontade de ir pra casa tomasse conta de mim, eu conseguia ficar desanimado pelo fato de ter que esperar o ônibus por mais de uma hora. Um dia de chuva. Olhei pros lados, ninguém conhecido ao redor. Então, decidi ir à barraca do Zé e comprar bala pra me entrenter durante o percurso. Sem guarda-chuva e muito menos sem vaidade, deixava os pingos de chuva cairem no rosto. As bainhas mal feitas da minha calça jeans, ao se molharem, refrescavam as minhas pernas. Sentia-me bem e ao sentir todas essas sensações e perceber os detalhes que se mantiam presentes na rua, cinquenta minutos passaram como segundos. Via um ponto verde a uns trinta metros de distância. Só podia ser o meu ônibus, porque o único que servia pra mim era o verde. Arrumei as minhas coisas, me levantei do meio fio, peguei meu cartão e entrei no ônibus. Senti-me mais entusiasmado, agora não era o tempo e a distância que me afastavam de casa. Era só a distância. Passei o cartão, mas estava sem crédito. Por alguns milésimos de segundo, reclamei comigo mesmo da minha timidez e olhei pra trás pra ver a reação das pessoas em razão da fila estar parada. Tirei do bolso e dei o dinheiro à cobradora que me retribuiu com um sorriso amarelo. Ônibus lotado, porém um assento disponível. Fiquei assustado porque à medida que eu me aproximava do assento ele continuava vazio e, quando eu me aproximei totalmente, conclui o fato. Tinha um mendigo com uma aparência péssima, mas com um sorriso aberto. Sentei e com vergonha ou até nojo, fiquei reparando o meu tênis molhado de chuva até que ele me perguntasse o porquê de eu ser tão corajoso de sentar do lado dele. Respondi, com sinceridade, que estava com muita vontade de sentar e que não via problema algum em ficar ao lado dele. Eu o via como uma pessoa normal, e era. Em razão da chuva, as janelas do ônibus permaneciam fechadas e o ar circulava cada vez menos. Assim, o cheiro ficava pior. Eu juro que me deu vontade de levantar e por mais educado que eu poderia ser, não conseguia parar de escutar as coisas que ele contava. O que realmente me interessava era a felicidade e a simplicidade que ele contava as suas histórias ruins. Passava fome, devia dinheiro, vendia jujuba na rua, tinha 5 filhos pra criar, mas podia-se ver nos olhos dele que era feliz. Depois de muita conversa e de muitas perguntas minhas (tentava ao todo tempo entender o motivo da felicidade), ele levantou uns 3 pontos antes do meu e começou a "tentar" vender jujuba dentro do ônibus (que com uma essência de eucalipito ficaria uma sauna ideal). Nenhuma jujuba vendida. Sorriso no rosto e sinal pra descer. Abanei as mãos fazendo sentido de que eu iria comprar as jujubas que custavam um real. Pedido rejeitado. Lá se foi ele com lucro zero, despesa da passagem e um "amigo de ônibus". Sem ninguém pra conversar, fui pro assento da janela e mergulhei nos meus questionamentos. Questionava-me o porquê de eu, mesmo com problemas que pra mim eram grandes e que em relação aos outros eram pequenos, não conseguia ao menos dar um sorriso. Qual era a fórmula que o cara usava? Ou era apenas fingimento? Não sei. Resmunguei e fiz sinal pra descer do ônibus. Desci e com a mesma falta de vaidade de antes deixei os pingos de chuva baterem no rosto. Quando peguei a chave, senti algo estranho dentro do bolso do casaco. Era uma jujuba idêntica ao que o simples mendigo vendia. Passei a ver aquele dia chuvoso como um dia de sol e como aquela jujuba foi parar no meu bolso? Eu realmente não sei. Só sei que eu tive um olhar diferente pras coisas e que a simplicidade é invisível aos olhos. Pelo menos aos meus.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

UM POUCO DE MIM


Meu nome é Matheus, sou por dentro uma personalidade minha e por fora um conceito seu, exatamente isso. Tenho gênio forte e por isso é difícil me descrever, fazer com que palavras definam quem eu sou, ou deixo de ser. Acho que eu sou como qualquer um, com alguns defeitos, porém repleto de grandes qualidades. Tenho ideais firmes. É quase impossível me convencer que eu estou errado, mesmo que esteja. Não tenho juízo, muito menos sei cuidar de mim, mas tenho sorte. Dou valor às coisas simples da vida. Odeio injustiça, hipocrisia, utopia, personalidade fraca, falsidade e quem vulgariza o verbo amar. Posso ser constante, inconstante, ou até mesmo os dois ao mesmo tempo. Sou do tipo de pessoa que gosta de sorrir até mesmo pros inimigos. Nunca espero que o mundo conspire ao meu favor e não tenho medo de recomeçar. Sou muito brincalhão, amo rir, contar piada sem graça (perco o amigo, mas não perco a piada) e principalmente implicar, por isso algumas vezes posso ser chato.
Acho que é pela necessidade de ver as pessoas felizes. Gosto de fazer as pessoas bem e não peço nada em troca. Sou vascaíno. Amo esporte e qualquer coisa relacionada à natureza. Algumas pessoas me acham grosso. Não é isso. É que eu sou muito tímido e sempre vou esperar você falar comigo primeiro. Quando pego intimidade, um abraço. Não sei qual faculdade quero ainda, acho que é porque eu gosto de tudo um pouco. Se você tiver ideia de algum curso fácil, que dê dinheiro e que dure 3 semanas, me manda por recado.
Aprendi que aceitar o passado e os propósitos da vida que não podemos mudar e deixá-lo para trás é inevitável. Cada dia é um novo começo, e disso não dá pra fugir. Amo os meus amigos e valorizo muito a amizade. Tenho plena consciência de que sem eles eu não seria tudo, seria nada. Vivo no conflito amizade VS decepção, mesmo que pareça estranho, em alguns casos a decepção é a vencedora. Vale lembrar que decepção não mata, ensina a viver. Isso tudo pode ser pelo simples fato de eu construir pequenos sonhos em cima dos meus grandes amigos e depois perceber que eles sim eram pequenos, e os sonhos grandes demais. Pode ser também que seja por minha culpa, mas prefiro não pensar nessa possibilidade. Posso e devo me considerar uma pessoa feliz, e ter consciência dessa felicidade me fortalece a cada momento. Sempre aceito, confio, entrego, agradeço e quando não tenho, invento razões pra ser feliz. Sou de bem com a vida, de bem comigo, de bem com o mundo e uso o meu sorriso como escudo e espada. Quem se define se limita? Acho que não.

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